Em noites muito escuras
Com saudades da mesma cor
Afagando nostalgias
Primeiro tão pequenas, nascem, são tímidas
Mas logo ganham corpo
Passos firmes, e rapidamente estão no céu.
Meu espírito se recolhe
Não me entendo
Estou em atrito
Caminho e não confio nos meus passos
Paro, olho pra trás, o que procuro?
Não sei, talvez procure por mim mesmo
Que fiquei pra trás
em outro momento, em outro passado
Logo lembro que tenho pressa
Não sei aonde vou
Mas tenho pressa
Sou homem maduro
Sou racional
Meus pés doem
Paro, descanço
Por que cansei?
Descanço por quê?
É triste pensar no vazio
Na vida, nos próprios pensamentos
Sair e pensar no que pensou
Na verdade, não sei se escrevo pra lembrar, pra não esquecer
Ou se escrevo justamente pra esquecer
Tirar da cabeça, botar no papel
Tirar o peso da mente
A tinta, o papel, esses sim são fortes
Sutentam, aguentam tudo, emprestam suas forças
Deixo presas nas linhas as idéias de homem
Os porquês e incertezas de homem
Pra lembrar ou esquecer, sei lá
Sei que deixo, mas por que não sei.
W.O.