Não
sei
Não sei que voz me fala, que me comanda e me manda
te encontrar
Não sei que voz me cala a voz quando protesto
racionalmente, não sei,
Que força me rasga as pálpebras quando insisto em
fechar os olhos diante de ti, não sei,
Que mão invisível me pega na mão e acelera os meus
passos pra te encontrar, não sei,
Que chuva hierofanica é essa que me molha por
completo com a sua imagem.
Ah! Afrodite! Me poupa dos teus caprichos. Vê, sou
fraco não compreendes?
Me esconde os teus segredos, não me revela teu
rosto, que não suporto o divino.
Onde será que escondeste a minha liberdade? Que já
não sou dono do meu desejo.
Não sei que precipício me subtraiu no seu fundo, não
sei que águia me devora o fígado injustamente.
Ah! o não saber dos conflitos e batalhas que se
multiplicam na consciência..o não saber,
o que saber e o que fazer.
Não sei o que falar ao certo, se certo ou errado ou
incerto, não sei.
Mas, se te vejo, meu caminho é certo, e se desenha
na sua direção.
Não sei que força me arrasta o corpo. Mas, que seja,
que seja assim sem saber,
Se o prazer que tenho ignora o saber, e se te
encontro e sempre multiplico o querer,
que passe assim a vida inteira sem saber o porquê.
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