pensamento
Vai meu
pensamento, adianta-se ao sol e encontra-a ainda dormindo,
E se acomoda
com jeito pra não acordá-la. Olha acanhado o seu rosto de ninfa que dorme sem
pressa com a boca aberta.
Volta pensamento!
Mas não demora a voltar e já a encontra sorrindo lembrando-se de uma coisa
qualquer e colorindo o silêncio com seu sorriso.
Ah! Meu
pensamento chega bem perto e faz brincadeiras com os pezinhos dela e assiste às
delícias dos olhos divertidos que ela tem.
Escaneia o
corpo dela pensamento, e encontra um detalhe que nunca foi notado e se julga
por isso desbravador do teu corpo.
Finge
pensamento e esconde suas intenções por um momento, espera que seus pensamentos
venham te bater na porta e caminha devagar para abri-la, mesmo reprimindo uma
torrente.
De vez em
quando, fica calado, fica imóvel, não sai do canto não se transforma em
palavras, deixa fique sem voz e se conduza pra qualquer lugar.
Voa depressa
pensamento e canta com ela aquela nossa canção preferida, que pergunta o que é
a vida.
Meu pensamento
não é mais meu, não o controlo, ela sai e volta quando bem quer, e sempre sei
para onde ele vai, mas nunca sei quando ele vai voltar.
Meu pensamento
encontra os detalhes teus que me encantam, no passo apressado, nas veias do
pescoço, nos seus cabelos dourados, na sua pele de musa; no sorrir fácil, na
surpresa do simples no sono incontrolável da noite.
Fica com ela
pensamento, te faz companhia e não se apresse em voltar eu te compreendo, sou
paciente contigo, volta quando quiser.
Um comentário:
Quem dera um porto para meu pensamento, mas ele insiste em vagar por ai sem dono sem norte... Eis que um dia ele encontrará refugio num lugar seguro e aconchegante!
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