domingo, 25 de dezembro de 2011


pensamento
Vai meu pensamento, adianta-se ao sol e encontra-a ainda dormindo,
E se acomoda com jeito pra não acordá-la. Olha acanhado o seu rosto de ninfa que dorme sem pressa com a boca aberta.
Volta pensamento! Mas não demora a voltar e já a encontra sorrindo lembrando-se de uma coisa qualquer e colorindo o silêncio com seu sorriso.
Ah! Meu pensamento chega bem perto e faz brincadeiras com os pezinhos dela e assiste às delícias dos olhos divertidos que ela tem.
Escaneia o corpo dela pensamento, e encontra um detalhe que nunca foi notado e se julga por isso desbravador do teu corpo.
Finge pensamento e esconde suas intenções por um momento, espera que seus pensamentos venham te bater na porta e caminha devagar para abri-la, mesmo reprimindo uma torrente.
De vez em quando, fica calado, fica imóvel, não sai do canto não se transforma em palavras, deixa fique sem voz e se conduza pra qualquer lugar.
Voa depressa pensamento e canta com ela aquela nossa canção preferida, que pergunta o que é a vida.
Meu pensamento não é mais meu, não o controlo, ela sai e volta quando bem quer, e sempre sei para onde ele vai, mas nunca sei quando ele vai voltar.
Meu pensamento encontra os detalhes teus que me encantam, no passo apressado, nas veias do pescoço, nos seus cabelos dourados, na sua pele de musa; no sorrir fácil, na surpresa do simples no sono incontrolável da noite.
Fica com ela pensamento, te faz companhia e não se apresse em voltar eu te compreendo, sou paciente contigo, volta quando quiser.




Um comentário:

Ghhn disse...

Quem dera um porto para meu pensamento, mas ele insiste em vagar por ai sem dono sem norte... Eis que um dia ele encontrará refugio num lugar seguro e aconchegante!