quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eu quero os exageros das palavras emotivas,
das cores vibrantes dos finais de tarde,
eu quero ser totalidade, sem prumo, sem rumo, sem pesos.
eu quero o sorriso dos sonhos impossíveis, dos desejos reprimidos,
das falsas esperanças.
eu quero viver os arrependimentos das ações impensadas,
quero as pernas cansadas de andar sem direção.
quero também as alegrias das lembranças, os olhos com esperanças,
nos horizontes futuros.
quero ser muro para me escalar, quero ser nuvem,
ser mar e tomar todas as formas.
quero o nascer de cada dia, a ponte, a seta, a melodia.
quero ser o aperto de mão da certeza e os dedos cruzados do talvez,
quero a saudade dos defeitos sanados, dos retratos desbotados,
do passado presente.
quero ser tanto e tudo e muito,
quero liberdade, independência e solidão,
quero as reticencias das palavras incertas, das primeiras descobertas,
do entusiasmo no espanto.
ser pleno e amplo, ser centro e canto,
ser força motriz.
quero ser tudo isso e tantas outras coisas,
quero ser essas coisas e muito mais,
Desconfio das certezas, quero ser todo incerteza,
quero ser o que não se faz.





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