Se tivesse mandado uma palavra: - "espera!"
Sem mais nada, nem mesmo explicar até quando,
eu teria ficado até hoje esperando...
- Era a eterna ilusão de que fosses sincera...
Que importa a vida, o Sol, a primavera,
se eras a vida, o Sol, a flor desabrochando?
Se tivesses mandado uma palavra: - "espera!"
eu teria ficado até hoje esperando...
Não mandaste, tu nada disseste, e eu segui
sem saber que fazer da vida que era tua
procurando com o mundo esquecer-me de ti...
E afinal o destino, irônico e mordaz,
ontem, fez-me cruzar com o teu olhar na rua,
ouvir dizer-te: - "espera!..." E ser tarde demais...
( Poema de J G de Araujo Jorge - in" Festa de Imagens " 1a ed. 1948 )
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