Naquele dia
Se não tivesse saído de casa naquele dia
Se não tivesse cruzado a cidade
Não vencesse a preguiça, a tristeza, o apego à solidão
Se, desatento, não percebesse as luzes, as lanternas, os caminhos...
Se fosse eu mesmo e não me dispusesse a sair
Fosse negligente aos impulsos, ignorasse o chamado
Ah! Se não fosse...
Não teria te encontrado, não teria te conhecido, não saberia de você
Não teria sonhado, nem escrito, nem cantado
Não seria quem sou.
Estaria detido, como uma carro alienado
Que não se negocia.
Seria, se não, sombra do que hoje sou
Porque encontrei vida nos seus olhos
Simplesmente vida.
Mas, felizmente saí, me venci, te encontrei,
Escrevi e cantei (descontraidamente)
Fiz de você minha musa, minha inspiração, meu repouso
Minha certeza absoluta, a “Beatrix”, que Dante jamais sonhou
Te escolhi e te escrevi, por você e por mim
E enquanto a vida me conceder continuarei te escrevendo
Cantando o teu nome...baixinho..para que ninguém escute
Não é preciso que saibam, a mim basta que você saiba
E protegerei teu nome como preciosa lembrança
Para que nunca escape de mim...
e , se algum dia teu nome me escapar
que seja por pouco tempo
e rapidamente o guardo de volta
para que um dia, como aquele dia
possa, talvez, dizê-lo ( baixinho) outra vez olhando pra você
como naquele dia.
L.
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