O meu motivo
Já tarde escrevi os meus versos
Faltavam-me motivos, vontade, desejo
Só agora encontrei o motivo, a vontade, o desejo
Sim, o singular motivo dos meus versos
E em cima desse sonho edificarei minhas palavras
Numa arquitetura sublime e única...
Nesse motivo desenharei e construirei meus castelos, meus templos
Decorarei, então, com luzes, pedestais e ornamentos felizes
Para que então o meu motivo entre e se sinta à vontade, se sinta especial como eu o sinto
E permanecerei zeloso na porta do templo,
para que mácula nenhuma venha manchá-lo
e falarei dele com carinho, tanto e de tal modo
que encontrarei descrença na face de quem ouve
e quando enfim, eu já for mudo
quando o tempo me alcançar, na inevitável na angústia de quem vive
o meu templo, o meu castelo, continuará ainda vivo
nos meus versos tardios, na minha voz gravada
vivo e mantendo vivo o meu motivo
motivo dos versos, motivo da vida.
L.
Nenhum comentário:
Postar um comentário