terça-feira, 29 de novembro de 2011

O meu motivo

Já tarde escrevi os meus versos

Faltavam-me motivos, vontade, desejo

Só agora encontrei o motivo, a vontade, o desejo

Sim, o singular motivo dos meus versos

E em cima desse sonho edificarei minhas palavras

Numa arquitetura sublime e única...

Nesse motivo desenharei e construirei meus castelos, meus templos

Decorarei, então, com luzes, pedestais e ornamentos felizes

Para que então o meu motivo entre e se sinta à vontade, se sinta especial como eu o sinto

E permanecerei zeloso na porta do templo,

para que mácula nenhuma venha manchá-lo

e falarei dele com carinho, tanto e de tal modo

que encontrarei descrença na face de quem ouve

e quando enfim, eu já for mudo

quando o tempo me alcançar, na inevitável na angústia de quem vive

o meu templo, o meu castelo, continuará ainda vivo

nos meus versos tardios, na minha voz gravada

vivo e mantendo vivo o meu motivo

motivo dos versos, motivo da vida.

L.

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